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terça-feira, 8 de junho de 2010

Seção de Estudos do GT de Formação discute a Formação do Pesquisador

No dia 31 de maio, o GT de Formação do Necaps, realizou mais uma seção de estudo, desta vez tendo a formação do pesquisador como foco das discussões. Partindo das contribuições do Maria Vorraber Costa, a estudante de Ciências Naturais - Biologia, da UEPA e estagiária voluntária do GT de Formação, mediou as discussões do grupo. A síntense das relfexões está materializada no resumo produzido pela mediadora, apresentado abaixo:
Por Saiara de Jeusus Silva

Maria Vorraber Costa inicia seu texto relatando um acontecimento, em que um jovem estudante de filosofia, seu orientando, foi premiado no V Salão de Iniciação Científica da UFRGS. O mais interessante é que o projeto deste jovem está voltado para o campo científico da contestação, seu trabalho foi baseado em suas experiências como auxiliar pesquisador, neste período deparou-se com muitas dificuldades e incertezas, comuns na vida de quem segue o ramo da pesquisa, percebendo que a ciência, tanto da natureza, quanto as ciências sociais, apresentam algumas contingências, o que já era de seu conhecimento, pois tinha embasamento teórico em Filosofia e História da Ciência, no entanto, na prática de suas pesquisas estas contingências o chamavam a atenção, notando que isto, ainda é marca histórica da idade moderna, iniciada por volta do século XVI, mantendo-se por todo o século XVII, período em que a onipotência e onisciência da ciência, foram defendidas intensamente, e a religiosidade e os mitos foram ignorados radicalmente. Desta forma, passou-se a ir em busca do novo, do futuro, caracterizando assim o homem moderno obcecado pela novidade, defendendo convicções baseadas no racionalismo, em fórmulas físico-matemáticas, experimentação, autonomia do ser humano, superioridade absoluta do homem sobre os demais seres e a democracia. Convicções estas, defendidas por conhecidos nomes como Galileu e Descartes, no entanto no início do século XX, o conjunto de certezas constituintes do pensamento moderno começou a ser abalado, afetando o paradigma da ciência moderna, iniciando assim, o que Boa Ventura de Souza Santos denominou de Ciência Pós- Moderna, período em que ainda está se vivendo, marcado por discussões epistemológicas, metodológicas e debates, a respeito de transformações políticas e culturais que adentraram o século XXI, em que são colocadas sob suspeita parte das certezas defendidas ao longo de cinco séculos, esta se vivendo, segundo Maria Vorraber Costa um “diálogo entre a ciência e o mundo”, baseada nisto ela propôs uma agenda para jovens pesquisadores enfatizando doze pontos, que estão com suas idéias centrais apresentadas a seguir: todas as dúvidas merecem atenção, fazendo uma analogia do pesquisador com um detetive; enfatiza a importância da não preocupação em encontrar verdades definitivas; a pesquisa depende muito do olhar do pesquisador; desconfie de todas as possíveis realidades; não se deixe levar pela valorização do novo, pesquisas de materiais antigos são de grande importância; exponha suas idéias e esteja aberto a discussões; a pesquisa a serviço de algo ou alguém; ciência e ética devem estar sempre associadas; a importância do método na pesquisa; importância da divulgação de suas pesquisas; o saber não deve ser convertido em autoridade, até pelo fato deste não ser permanente; todos os resultados de pesquisas são importantes, mesmo sendo parciais e provisórios. Através desta agenda, Costa demonstrou o que acredita ser atividade de pesquisa, afirma que pode ser provisória, é derivada se seus embasamentos teóricos e políticos, sendo que ela mesma pode “rever e reformular” alguns pontos, para isto os expôs e está aberta a discussões.

Palavras- chaves: Ciência, Modernidade.

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